Neste final de semana a Quimera sobreviveu... A desesperança é um paliativo muito poderoso nos tempos atuais. Tire-nos tudo, o que existir depois é alívio... Água canforada sobre o corpo inerte. É como um suspiro antes da despedida final.
A Última Quimera tem mais dois finais de semana pela frente... E depois cumprirá o vaticínio estampado no título da própria peça. Será a última...
Nesta semana um amigo morreu. Arranquem toda a dramaticidade da vida e mesmo assim a morte não deixará de ser dramática. É ela, talvez, a gênese do drama. É ela que pode colocar no homem o único juízo imaterial de todas as nossas ações: estamos a passar.
Mateus Zucolloto passou... Assim: como uma peça de teatro. De curta duração... E chegarão os dias do esquecimento... E esses mesmos dias serão os novos dias das novas peças e dos novos “Mateus” que por eles passarão...
A porra são as peças e os Mateus que passam nos dias em que estou de carona... A porra é saber que não há força nesse mundo capaz de impedir que a peça acabe... Que o público vá embora... Que o vazio nos tome nos braços e nos leve de volta... A porra é saber que a mesma porra é que fecunda tudo de novo... E de novo... E de... Novo?
A Cia. Les Commediens Tropicales deveria, a essa altura do ano, ter o NOVO projeto em gestação... Ou pelo menos no mundo da idéias... Parimos um fracasso e o natimorto espetáculo viu e está vendo a maioria dos seus pais (biológicos ou adotivos) deserdarem...
Estamos a passar... O apego é o mau contemporâneo... Talvez Van Gogh esteja certo!
Um post nada alegre... Foda-se.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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Um comentário:
eu gosto da Quimera, mesmo que seja a última, e que tenha cabeça de dragão, corpo de leão e rabo de outra coisa;
e gosto dos quadros de Van Gogh mesmo ele me deprimindo com a sua "tristeza q durará para sempre" (e apesar dele falar isso, o girassol dele é uma das coiss mais vivas q eu já senti)
parece q morte e vida são mesMo uma coisa só,
morte vida, e amor
vidAMORte
me lembrei de alguém que sempre fala em tom irônico: "suportem a idéia de estar vivo"
agora eu respondo: "suporte a idéia de ser apenas passagem"
"apenas"
de ser passagem processo parto que nunca está pronto, mas que um dia acaba.
acaba?
suporte a idéia de não saber se acaba, ou como acaba
. ponto.
renan, o reds.
ps: discordo um pouco da opinião de não se faz revoluções virtuais, certamente em ALGUNS ESPAÇOS não mesmo, mas em alguns casos, pequenos, quando a corretia não deixa ou a timidez ou outra coisa, algumas revoluções de amoras e de quimeras acabam transbordando virtualmente, é onde elas encontram lugar para aparecer.
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