terça-feira, 16 de outubro de 2007

A última quimera do homem de teatro...

O homem de teatro se foi e logo entrou na nossa pecinha. Ah senhor, qta bobagem publicada sobre uma única morte.
Uma senhora diz que os teatros deveriam fechar em homenagem ao falecido ator! Pode?! Vá com ele e deixe o teatro existindo: maior que qualquer ator. Por isso q a gente mata ela na nossa pecinha!!!
Outro senhor pergunta quem vai fazer o papel que era dele? Ninguém, oras bolas, era dele, então ele que o faça! Q merda toda essa idolatria consumista. Nada contra o falecido... Mas vamos lá: o teatro no mundo continua com um a mais ou a menos. O velhinho cumpriu a trajetória... Arranque a relva para que o verde renasça – VIVA HEINER MÜLLER!
Outro zé mané acha que só porque o falecido falava de vários assuntos (inclusive e principalmente os que o zé mané gosta) era gênio. Tinha “pitch” de Laurence Olivier... Ah... Qualé?! Parece sempre autopromoção com a morte alheia. Já não basta o papelão no 11 de Setembro?
Qtas peças em cartaz? Qtos anônimos? Qtos globais?
Quando o teatro for feito de um homem só, o teatro morreu.
Viva o teatro vivo.

[pois por que temeríamos perder uma coisa que perdida não pode ser lamentada] - Montaigne

Um comentário:

marcio castro disse...

eita meninos corajosos para exprimirem este pensamento num momento tão delicado, frente a morte do veínho.

concordo com ambos.
concordo com vocês, e também não posso desmerecer autran. o velhinho era foda. e talvez nem seja o representante do teatro que costumamos ver e costumamos fazer. mas é inegável se ver diante de uma trajetória dessa e no mínimo se emocionar.

e pelo contrário, que se abram as portas dos teatro, e que se viva o teatro, pois o homem ficou em cena até onde deu, e era lá que queria estar. o mínimo que podemos fazer é nos colocarmos em movimento e continuar a trajetoria teatral neste país. ninguém substitui, cria se outros atores, outros pensamentos, outros teatros. até porque que graça tem copiar uma trajetória? certo estava paulo freire, brecht e tantos outros.

merda pra nóis.